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OS BENS E SUAS RELAÇÕES COM A MERCADOLOGIA


OS BENS E SUAS RELAÇÕES COM A MERCADOLOGIA

Os bens, produtos ou mercadorias são objeto de compra ou venda, dentro de um determinado mercado.

Existe uma variação bem grande de bens, que pelas suas características determinam formas mais adequadas e eficientes de comercialização, há também uma grande variação de definições, as econômicas, jurídicas e legais. Como os conceitos deixam vagos os “tempos e períodos”, diversos produtos de consumo podem ser enquadrados em outras categorias. Dividirei, para simplificação, esses bens em grandes grupos.

  1. - Bens Industriais ou de Produção ou Capitais
  2. - Bens de Consumo.

Esta classificação (simplificada ou sintética) leva em consideração o fim a que se destinam os bens:

Bens e Investimentos

Para que as empresas se tornem competitivas e garantam seu espaço no mercado, a inovação tecnológica é imprescindível. Deve-se constantemente investir em novas máquinas, novas peças e equipamentos que tornem o processo de produção mais eficaz.

No entanto, é necessário se avaliar o que o impacto de uma nova aquisição pode propiciar a essa empresa.

As empresas brasileiras vivem em um contexto delicado – por um lado tem-se as concorrências globais, que requer mudanças mais rápidas, melhoras contínuas, agilidade nos processos, produtos melhores e de menor custo. Por outro lado, para atender a essas expectativas, surge a necessidade de se efetuar novos investimentos, e a dúvida sobre “como” fazer isso. Na ansiedade de crescer e inovar, muitas indústrias acabam  investindo mais do que poderiam, ou escolhendo uma forma inadequada de investimentos. Muitos gerentes acabam se envolvendo sentimentalmente em seus projetos e até colocando, no papel aspectos irreais, os gerentes de divisão muitas vezes se envolvem emocionalmente com seus projetos prediletos ou criam complexo de construção de um império, os quais podem levar a distorção do fluxo de caixa.

Um aspecto relevante antes de se realizar um investimento, consiste na determinação da vida econômica dos equipamentos ou máquinas (bens de capital), para efeito de substituição.

Bens são valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. Enquanto o objeto do direito positivo é a conduta humana, o objeto do direito subjetivo podem ser bens ou coisas não valoráveis pecuniariamente.  Traduzindo esse conceito para a linguagem mais popular, Tudo aquilo que tem utilidade, com ou sem valor econômico. O ar, por exemplo, é um bem livre, mas o minério de ferro é um bem econômico, porque é escasso e depende do trabalho humano para ser obtido.

São bens jurídicos os de natureza patrimonial, isto é, tudo aquilo que se possa incorporar ao nosso patrimônio é um bem: uma casa, um carro, uma roupa, um livro, ou um CD. Além disso, há uma classe de bens jurídicos não-patrimoniais. Não são economicamente estimáveis, como também insuscetíveis de valoração pecuniária: a vida e a honra são exemplos fáceis de se compreender.

 Os bens econômicos se dividem em cinco grupos principais. São eles: (os demais tipos podem ser vistos no link da bibliografia)

bens de capital ou de produção (máquinas e equipamentos);

bens de consumo (brinquedos, um par de sapatos – aqueles que podem ser comprados pelas pessoas depois de um processo de produção ou industrialização);

bens de consumo durável (máquina de lavar roupa, imóvel – que só são trocados após períodos longos de uso);

bens de consumo semi-durável (carro, roupa – os que precisam ser trocados periodicamente);

bens de consumo não-durável (alimentos).

 
Definições por Lei: (art. 26 do Código de Defesa do Consumidor)

Bens de Consumo Duráveis: Um bem durável é aquele que não se extingue por seu uso e cujo desgaste demanda um certo tempo. A utilização do produto compete ao consumidor, e mesmo se usá-lo em uma ou 20 ocasiões, caso possua tal característica, ele será enquadrado como bem durável. Assim, mesmo que adquirido para ser utilizado —normalmente — em apenas uma ocasião, um vestido de noiva não deve ser tratado como se fosse um bem não durável.
Veja que até mesmo um sapato pode ser considerado bem durável: http://www.conjur.com.br/2007-nov-06/consumidor_usa_sapato_tres_anos_reclama_defeito

bens não duráveis: findam em um único ato de consumo”.

 
1 - O que são Bens de Capital:

Bens de capital ou bens de produção são os equipamentos e instalações, são bens ou serviços necessários para a produção de outros bens ou serviços . O bem de capital não é diretamente incorporados no produto final, indivíduos, organizações e governos usam bens de capital na produção de outros bens ou mercadorias.

Bens de capital incluem fábricas, máquinas, ferramentas, equipamentos, e diversas construções que são utilizadas para produzir outros produtos para consumo. Existe algumas confusões, por exemplo, carros são considerados bens de consumo, pois são geralmente adquiridos para uso pessoal, porém um caminhão pode ser considerado um bem de capital, pois é utilizado por empresas de construção na produção de outros produtos, como casas e edifícios.

A tecnologia utiliza uma combinação de fatores para a produção de bens e serviços. A agricultura e a indústria podem ser de capital intensivo e trabalho intensivo, que utilizam mais o trabalho ou mão-de-obra. s fatores de produção são formados pela terra ou recursos naturais, pelo trabalho, pelo capital, pela tecnologia e pela capacidade empresarial.

São os bens que servem para a produção do outros bens, tais como máquinas, equipamentos, material de transporte e construção. Bens imobilizados do ativo que podem ser utilizados como fatores de produção mais avançados. A terra e a mão-de-obra são bens de capital, pois que existem em decorrência de fatores físicos e biológicos, não econômicos. Também são chamados de bens de produção.

Bens complementares
Bens para os quais o aumento no preço de um dos bens leva a uma redução na demanda pelo outro bem.

Bens Intermediários
Bens manufaturados ou matérias-primas processadas empregadas na produção de outros bens, como o açúcar nas balas, os componentes na televisão, etc. Os bens intermediários também podem ser definidos como os insumos que uma empresa compra de outra para a elaboração dos seus produtos. Um exemplo disto é a bobina de aço produzido pelas siderúrgicas, que é considerada um bem intermediário na fabricação de um automóvel. Tipos de bens que são absorvidos na produção de outros, tais como o açúcar nas balas, os componentes na televisão etc.

Bens de Produção
Muitas vezes o termo é usado como sinônimo de bens de capital, mas em alguns casos são usados para denominar, além dos bens de capital, os bens intermediários e as matérias primas.

Bens Substitutos
Dois bens para os quais, tudo o mais mantido constante, um aumento no preço de um deles aumenta a demanda pelo outro.

Bens Inferiores
Bens inferiores são bens cuja demanda diminui quando o nível de renda do consumidor aumenta e aumenta quando o consumidor fica mais pobre. Se o bem x for um bem inferior, o aumento de renda dos consumidores reduz a sua demanda, a curva desloca-se para a esquerda e o preço e a quantidade de equilíbrio diminuem.

Bens Industriais

Classificam-se segundo o modo como participam do processo de produção e de seu custo relativo.
  1. MATERIAIS E PEÇAS – matérias-primas (produtos agropecuários e produtos naturais) e materiais e peças manufaturados (materiais componentes e peças componentes) ;
  2. BENS DE CAPITAL – 2 grupos: instalações e equipamentos;
  3. SUPRIMEIROS E SERVIÇOS EMPRESARIAIS – curta duração: suprimentos operacionais e de manutenção e reparos

Fatores de produção

Em economia, fatores de produção são os elementos básicos utilizados na produção de bens e serviços, conforme definiu a Escola Clássica dos economistas dos séculos XVIII e XIX.

Tradicionalmente, desde Say, são considerados como fatores de produção a terra (terras cultiváveis, florestas, minas), o homem (trabalho), e o capital (máquinas, equipamentos, instalações).

A primeira escola científica da economia, representada pelos fisiocratas, elegeu a Terra como o único recurso responsável pela geração de riquezas. Adam Smith e seus seguidores se inspiraram nesses estudos mas buscaram aperfeiçoá-lo e preferiram partir de um conjunto de três recursos fundamentais:

  • Terra – indica não só as terras cultiváveis e urbanas, mas também os recursos naturais.
  • Trabalho – refere-se às faculdades físicas e intelectuais dos seres humanos que intervêm no processo produtivo.
  • Capital – compreende as edificações, as fábricas, a maquinaria e os equipamentos.
 

Alternativas de Aquisição

 A análise de viabilidade de um projeto industrial deve ser verificada por um conjunto de critérios, para que se possa averiguar qual a melhor opção de investimento e a melhor forma de se adquirir uma máquina ou um equipamento. Esse estudo visa auxiliar a seleção entre as alternativas de investimento. Existem, basicamente, quatro alternativas de aquisição:

(1) Adquirir o bem com seus recursos próprios a vista;

(2) comprar de forma financiada;

(3) alugar a máquina;

(4) realizar o Leasing ou arrendamento mercantil.


2 - Bens de Consumo

Bens que têm por fim serem consumidos e que não geram outros bens. São bens tais como alimentos e roupas produzidos para indivíduos ou famílias.

CLASSIFICAÇÃO DOS BENS DE CONSUMO

  1. BENS DE CONVENIÊNCIA – são produtos comprados com frequência e pouco esforço, pois não são produtos de alto envolvimento;
    1. Suas características são:

                                          i.    Durabilidade: normalmente bens não duráveis.

                                         ii.    Preço baixo: em geral são mais baixos seus preços, do que os bens de consumo duráveis e que os demais bens de consumo.

                                        iii.    Pequena margem bruta ou líquida por unidade de produto.

                                       iv.    Apresentam alto coeficiente de rotação, isto é, uma alta frequência (e imediata) de reposição no ponto de venda.

                                        v.    O consumidor é conhecedor das suas qualidades e usos

                                       vi.    São facilmente substituíveis: o que não implica em grande fidelidade a uma determinada Marca.

                                      vii.    Normalmente a propaganda deve se dirigir ao consumidor final.

                                     viii.    Conveniência: análise da conveniência do comprador, que pode ser, por exemplo: proximidade à moradia do comprador local de fácil acesso e transporte, ou proximidade de lugares, onde se vai frequentemente.

  1. BENS DE COMPRA COMPARADA – são produtos que demandam reflexão da parte do consumidor, pois são comprados com menos frequência e exigem muita deliberação sobre suas características, como adequação qualidade, preço, estilo etc.;

Esta classificação envolve os bens de consumo duráveis e não duráveis (ex.: automóveis, roupas, eletrodoméstico, utensílios domésticos, etc...).

    1. Suas características são:

                                          i.    Durabilidade : em que o comprador imputa critérios do ciclo de vida maior ou menor, conforme os usos e serviços prestados pelo produto.

                                         ii.    Preços em geral mais elevados que os bens de conveniências

                                        iii.    Margem (líquida ou bruta) maior que os bens de conveniência.

                                       iv.    Rotação menor que os bens de conveniência, nos pontos de venda. A maior durabilidade e preços mais altos diminuem a freqüência de compra.

                                        v.    A substituição por outras Marcas difícil. O prestígio da Marca, adquire importância, e criando, pois, uma fidelidade maior à marca.

                                       vi.    Em geral as despesas necessárias à propaganda são maiores que as despesas com os bens de consumo de conveniência.

- Por levar em consideração aspectos de qualidade desejo e distinção junto do consumidor, exigem qualificação e quantificação maior do setor de vendas (pessoal melhor preparado).

- Por exigirem melhor atendimento no que concerne a subsídio de garantia e assistência ao consumidor.

  1. BENS DE ESPECIALIDADE – é um produtos com características únicas, o que o torna especial de alguma maneira. Em geral, possui distribuição limitada a umas poucas lojas, e suas características levam os consumidores a fazerem um esforço considerável para sua compra.;
    1. Características:

                                          i.    Marca cu origem fator de suma importância para o consumidor.

                                         ii.    Não são facilmente substituíveis em termos de satisfação obtida.

Exemplo: artigos de vestuário – sob medida – vinhos especiais, alimentos dietéticos etc.

Esta classificação entenda-se, é feita sob a ótica do consumidor (comprador) médio ou típico o qual, poderá inclusive ser conjugada com a classificação do produto pelo uso.

Ex.: bens de consumo de conveniência; bens de consumo duráveis de especialidade.

  1. BENS NÃO PROCURADOS – são produtos que ninguém se lembra que podem ser necessários, até que uma situação específica ocorra, ou então não são procurados por serem desconhecidos do consumidor, como no caso do lançamento de uma tecnologia nova.

 BENS DE CONSUMO SACIADO

São bens que cujo desejo do consumidor, se encontra satisfeito após um determinado nível de renda.

 CONCLUSÃO

Ao finalizar o presente artigo, averiguamos a presença de distintas classificações dos bens, e mesmo distintas, uma pode associar-se a outra. Um bem pode, portanto, possuir mais de uma única classificação.

Um cavalo comum pode ser ao mesmo tempo um bem móvel, corpóreo, fungível, inconsumível, indivisível e singular. Mas, se este mesmo cavalo é um grande campeão de corridas, ele já altera sua classificação para infungível.

Pode-se concluir que os bens são coisas estimáveis financeiramente, que se enquadram em uma determinada classificação e podem ser objetos de direito. Isto é, podem ser reclamados.

 

Fonte:




 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil. V.1: parte geral. 40. ed. Ver. e atual. Por Ana Cristina de Barros Monteiro França Pinto. São Paulo: Saraiva, 2005.

LEITE, Hélio de Paula. Introdução a Administração Financeira. São Paulo, Atlas,
1994. 2ª. Edição.

MOTTA, Regis da Rocha, CALÔBA, Guilherme Marques. Análise de Investimentos – tomada de decisão em projetos industriais. São Paulo: Atlas, 2002.



KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. Phb, São Paulo: 2003.

CHURCHILL, G. PETER, P. Marketing: Criando Valor para os Clientes. Saraiva, São Paulo: 2000

KOTLER, P. Administração de Marketing: A Edição do Novo Milênio. Phb, São Paulo: 2000.

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