Vivemos numa economia com excesso de oferta. Há muito por ser
criado, melhorado, ajustado. Não fosse verdade, não estaríamos também vivendo a Era da inovação.
O problema é quando há um excesso nessa busca de diferenciação e
ela causa duas disfunções:
a) Diferenciação
superficial
b) Diferenciação
confusa, dificulta o entendimento do cliente, parceiros e investidores sobre o
que você oferta e como funciona seu negócio
Não adianta
repetir seguidamente uma mensagem interessante se ela não é verdadeira. As
vezes, quando estamos imersos no nosso negócio tendemos a acreditar em falsas
verdades. De que nosso produto é muito diferente do concorrente, quando não é.
De que somos muito mais criativos do que nossos concorrentes, quando, na
verdade, não somos.
A
diferenciação precisa ser percebida pelo cliente. Ou é conversa fiada. Para
isso, a coisa tem que ser diferente mesmo. Mas acima de tudo essa diferenciação
tem que ser útil para o cliente se predispor a pagar mais e trocar a solução
atual pela nova. E isso só ocorre quando além de conceitualmente útil a diferenciação
realmente funciona.
As abordagens para a diferenciação incluem o desenvolvimento de imagens únicas de marca, tecnologia exclusiva, características únicas, canais exclusivos, serviços ao cliente originais ou similares. Em outras palavras, a chave para a diferenciação é a obtenção de uma vantagem que seja facilmente percebida pelos consumidores.
O aumento dos custos geralmente pode ser transferido para os compradores, devido à singularidade dos atributos do produto.
As empresas que têm êxito na estratégia de diferenciação, têm frequentemente as seguintes forças internas:
Acesso à investigação;
Equipe de desenvolvimento de produtos altamente qualificada e criativa;
Equipe de vendas forte com a capacidade de comunicar com sucesso as forças do produto;
Empresa reputada como tendo qualidade e inovação.
Um exemplo
disso é o segmento de services (Serviços). Tive a oportunidade de estudar empresas que
realizam manutenção e serviços em equipamentos industriais. Todos se
auto-intitulam diferentes. Alguns até tem um discurso legal. Mas o problema
está na entrega. O posicionamento só se converte em estratégia quando ele é
executado diariamente em todos os trabalhos e não apenas em alguns deles. Será
que nesse caso, por incrível que pareça, a inovação não seja uma entrega
excelente? Afinal de contas, nada pior do que gerar uma grande expectativa e
ela se converter num fracasso.
O segundo
aprendizado tem relação com a necessidade do cliente entender o que você faz.
Me caiu a ficha disso numa recente reunião. Ao conversar com um empreendedor,
eu e um grupo de pessoas, ficamos com a sensação de que ou nós não entendemos o
que ele fazia ou nem ele mesmo sabia.
A empresa
investia, mas eles não eram investidores. Dava orientação, suporte e
relacionamentos para startups, mas não era uma aceleradora. Disponibilizava
espaço para empreendedores trabalharem, mas não era um co-working. Realizava
projetos de consultoria, mas não era uma consultoria. Ora, chega uma hora que é
bem mais fácil você dizer que é uma geladeira do que tentar explicar seu
negócio/produto como um mecanismo alternativo de redução de temperatura de
cerveja em pequeno espaço de tempo por meio de um dispositivo eletrônico
conectado a uma tomada.
Você e seu
negócio só precisam ser diferente dos demais na medida em que isso seja útil,
real e compreensível. Do contrário o mantra se volta contra voce.
EXERCÍCIO: Então, acha que compreendeu? Vejamos...
Quando a Toyota entrou no mercado de automóveis Americano no final dos anos 70 do século XX, a empresa anunciou que os seus carros eram muito mais eficientes em termos de gasto de combustível, melhor concebidos e menos caros do que os automóveis americanos. A Toyota, com estes 3 diferenciadores do produto, ganhou uma considerável parcela do mercado de carros nos EUA. Qual foi a estratégia usada pela Toyota, de acordo com a concepção de Porter (estratégias genéricas de Porter)?
Selecione a resposta correta abaixo:
a) Estratégia de Liderança pelos Custos
b) Estratégias de diferenciação do Produto/ Serviços
c) Estratégia de Foco
d) Estratégias de Custo e de Diferenciação
Post originalmente publicado no blog Mundo dos Negócios
ah... ia me esquecendo - a resposta seria a letra a) , pois uma empresa que persegue uma estratégia de liderança pelo custo, pretende obter vantagem prime;
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