A Moda
das paletas mexicanas e os aprendizados da próxima moda
Desde minha
infância, não me lembro de um picolé ganhar tanto minha atenção quanto as
“Paletas” mexicanas. Comecei a ouvir amigos falarem do Los Paleteros mexicanos.
Não dei muita atenção. Quando percebi já tinha virado febre. A febre das
paletas.
Recentemente
comprei as minhas paletas. Realmente bom, mas nada de extraordinário na minha
modesta opinião, apenas com recheio melhor, mas claro comprei apenas de 2
sabores ainda. As paletas são picolés mexicanos, recheados, muito mais
saborosos do que aqueles que eu comia na infância, porém tão bom quanto os
sorvetes mais caros das marcas tradicionais, tão bom quanto os sorvetes de
massas especiais. Claro que já havia picolés com recheio. O Frutily da Kibon,
entre outros, é recheado. Só comendo a paleta mexicana você perceberá a sutil
diferença.
Essa febre
ocorre frequentemente atualmente, afinal ha dois anos não se falava em outra
coisa que não os cupcakes (bolinhos tipo bebezinho recheados e com coberturas),
hoje muitas lojas e quiosques fecharam, pois tem tantos concorrentes e pouca diferenciação
que sobrará apenas aqueles muito bons e que valham a pena. Esta na moda também
os Foodtrucks, (carros de alimentação, que são a evolução do carrinho do
cachorro quente ou trailers de comidas especiais). Haverá quem diga....Há mas é
muuuito diferente! Sei que tem diferença, mas o mercado que compete é o de
alimentação ambulante melhorada.
Nessa hora,
quando a oferta cresce e a diferenciação some, a capacidade de obter margens
superiores se esvai. A não ser que você consiga criar uma nova onda…..e fazer o
ciclo da inovação funcionar novamente. Inovação envolve repensar não apenas os
atributos funcionais do produto. Inovação é bom, mas inovação que tem barreira
de imitação é melhor ainda. São dois aprendizados que podemos consolidar a
partir dessa febre do verão.
Mas que
lições podemos tirar nesta febre???
Sempre há
formas de inovar um produto aparentemente comoditizado
Inovação não
é coisa de alta tecnologia.
Também é
bastante comum nos limitarmos ao entender que não há mais nada para inovar em nosso
segmento.
A verdade é
que a inovação das paletas mexicanas é bastante ilustrativa nesse sentido. O
picolé não mudou seu formato. Não tem um chip que faz ele falar com os outros
picolés. Nem deixa de engordar. A paleta mexicana tem mais sabor e um recheio
cremoso muito diferente das soluções atualmente disponíveis.
Se não há
barreira de imitação o inovador não captura todo o valor criado
O problema é
que a capacidade de capturar valor a partir da inovação/diferenciação está
diretamente relacionado a barreira de imitação que ela apresenta aos
concorrentes. Ou seja se voce não aplicar a técnica VRIO (Valioso, raro, inimitável
e organizado) as coisas viram comuns novamente.
Essa prática
é aplicada quando pensamos em níveis de valor de Produtos, de forma simples
seria, quando todos os produtos atingem um nível de valor agregado, automaticamente
esse nível passa a ser consumido como valor básico e assim por diante. (depois
posto um artigo sobre os níveis de valor para auxiliar nesta compreensão).
Quando algo
dá certo não há dúvida, novos entrantes irão ambicionar essa oportunidade. Só
não o farão caso haja alguma barreira que os iniba de imita-lo. Essa barreira
pode ser uma patente, marca, acesso a insumos necessários, canal de
distribuição exclusivo ou outro elemento. Algo que seja difícil de ter,
adquirir ou desenvolver. E ai que está o problema e o segundo aprendizado
empreender não é correr apenas no produto que esta na moda, pois ele é
passageiro e se voce não se estruturar assim como uma onda forte quando passar,
pode te deixar sem chão pra pisar.
Pense nisso,
bons planejamentos e bons negócios.
Texto inspirado em Innoscience.
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