O mercado de consultoria começou a se abrir mais, no Brasil, no início da década de 1990, com a abertura de mercado e a competitividade que se iniciram nos tempos do Governo Collor. Muitas empresas estatais acabavam de ser privatizadas, como a Telesp e a Vale, e essas organizações precisavam de um trabalho pesado de reengenharia e mudança organizacional. Foi aí que o trabalho do consultor tornou-se mais conhecido e divulgado no país.
O mercado de consultoria, no Brasil, teve três fases. A primeira ocorreu com a privatização das estatais, e todas as companhias resolveram ir em busca de competitividade. Na segunda veio o conceito de qualidade total, com a implantação da ISO 9000 no Brasil. A terceira compreende os últimos cinco anos, nos quais os sistemas de gestão de relacionamento com o cliente (ERP) viraram febre no mundo empresarial.
Mas o que é um Consultor Empresarial?
O consultor empresarial normalmente é um administrador de empresas, um contador, advogado ou engenheiro, com experiência de muitos anos no ensino universitário e na pesquisa ou/e com bastante prática como executivo de empresas, exercendo funções de nível superior.
Normalmente, o consultor se especializa em uma ou em poucas áreas da administração, como administração estratégica, reorganização empresarial, marketing, pessoal e outras.
De acordo com o Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização (IBCO), o trabalho de consultoria pode ser definido como "o processo interativo entre um agente de mudanças (externo e/ou interno) e seu cliente, que assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e colaboradores do respectivo cliente nas tomadas de decisão, não tendo, entretanto, o controle direto da situação que deseja ser mudada pelo mesmo".
Cada vez mais as empresas contratam o trabalho desses profissionais, o que acaba saindo mais em conta do que contratar um executivo full-time na empresa, principalmente no caso de projetos específicos, que têm prazo para começar e terminar, ou mesmo quando há necessidade de reengenharia organizacional na empresa, em virtude de um grande processo,como uma fusão ou aquisição, por exemplo.
Considerando que, para resolver todos os problemas que surgem em uma empresa, precisa-se de vários especialistas, contudo, quando não se trabalha com vários "consultores associados", o consultor contratado, quando depara com um problema que não é da sua especialidade, a ética profissional exige que informe a empresa e sugira nomes de outros consultores especialistas na área.
No entanto, não basta ser competente tecnicamente: deve-se saber transmitir e implantar o conhecimento. É importante deixar claro que o mercado valoriza primeiro a experiência profissional do executivo, depois a visão de consultor que ele tem.
Para a maioria dos autores, a consultoria empresarial é um processo interativo de um agente de mudanças externo à empresa (consultor) que assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais da empresa-cliente nas tomadas de decisão mais adequadas ao atendimento das necessidades da organização empresarial.
Muitos se fazem a mesma pergunta: afinal, quem precisa de consultores? A resposta poderá ser outra pergunta, como: quem não precisa de consultores? Existem três motivos genéricos, os quais, por sua vez, se desdobram em específicos e são utilizados isoladamente ou em conjunto para levar à contratação de uma consultoria empresarial.
O primeiro é a necessidade de maior conhecimento, cujas situações mais frequentes são: a empresa nem sabe o que precisa; a empresa não tem o conhecimento do que precisa; a empresa tem o conhecimento, mas não tem competência para usa-lo; e a empresa não tem como administrar a gestão do conhecimento.
O segundo é a falta de tempo, pois, na maioria das vezes, os executivos da empresa estão ocupando seu tempo na administração da rotina operacional da empresa, não dispondo de tempo para parar, pensar, analisar e estudar a fim de descobrir o que emperra o desenvolvimento da empresa.
O terceiro motivo é a política da empresa, que tem como norma, quando se localiza um problema administrativo, discutir internamente o problema e contratar uma consultoria para ter uma opinião externa mais isenta, pois na maioria das vezes o problema tem como origem decisões ou processos geridos pelos executivos da empresa.
Como o Consultor Trabalha?
A empresa-cliente agenda uma primeira conversa, na qual explica seu problema de gestão; o consultor faz suas anotações e, em outra reunião, faz uma proposta preliminar de trabalho. Aceita a proposta, o consultor faz estudos aprofundados sobre o problema, em particular o que há de mais novo sobre o assunto e, com a experiência que tem, executa ele mesmo ou orienta os profissionais da empresa-cliente a fim de obter resultados positivos para empresa.
É importante ressaltar que o empresário, quando contrata um consultor, quer resultados que justifiquem o dinheiro que ele vai desembolsar, o que é muito lógico. Qual é o empresário que quer gastar dinheiro sem pensar em reavê-lo com lucros?
Perfil e Competências Necessárias
Segundo grandes especialistas do IBCO, estas são as competências importantes para o profissional que quer atuar como consultor:
Posso Ser um Consultor?
À primeira vista parece fácil preencher o requisito de ser consultor, ou um autônomo que emite nota fiscal. Em tese, somente é necessário abrir uma empresa e tudo está resolvido.
Ao ingressar nesse formato de contratação, o profissional normalmente renuncia a todos os benefícios oferecidos pela CLT, aceita uma série de responsabilidades decorrentes da abertura da empresa, assim como seus custos (contador, impostos e despesas), e se dispõe a viver com a adrenalina em alta, uma vez que sua carreira poderá ser pautada pela troca rotineira de empresas.
Alguns ainda terão de se acostumar a trabalhar para duas empresas ao mesmo tempo. Boa parte das contratadoras está empenhada em arrebanhar profissionais para alocação em seus clientes; assim, você estará trabalhando e recebendo ordens de uma empresa, quando na verdade possui vínculo com uma outra empresa da qual também recebe ordens.
Com a renúncia de direitos como férias remuneradas, décimo terceiro salário e fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS), o profissional deve passar a olhar suas finanças ainda mais atentamente. Despesas com contador e impostos deverão ser previstas, além da necessidade de manter reservas que o sustentem entre o encerramento do projeto atual e o próximo projeto (qualquer semelhança com seguro desemprego não é mera coincidência) ou a título de custeio de férias, por exemplo. Manter e aumentar essas reservas exige do consultor a retirada de uma porcentagem do seu rendimento mensal.
Algumas empresas contratantes oferecem ao consultor alguns tipos de benefícios, como subsídio na alimentação, ajuda de custo no transporte ou desconto em plano de saúde. Alguns subsídios se mostram indispensáveis em certos casos, entretanto não se pode entender que essa é uma prática comum do mercado.
As férias talvez seja o assunto que mais atormenta o consultor e, por isso, quando ele está prestes a ser contratado para um projeto de longo prazo, ele questiona a empresa contratante como elas serão tratadas. O consultor ouvirá as mais variadas respostas: desde “oferecemos uma semana de férias”, “não oferecemos férias” e “você deve tratar com seu superior, mas os dias que você não trabalhar serão descontados” até aquelas do tipo “dependendo do seu desempenho durante o ano, converse com seu superior e tente tirar uma semana sem desconto”. Pensando friamente, você acha realmente que essa empresa está disposta a oferecer férias, quanto mais remuneradas?
Diante desses pontos, talvez seja uma ilusão pensar que um consultor ganhe mais que um profissional CLT; no máximo ele recebe a mais no mês e de forma fracionada o que os outros receberão em novembro/dezembro, nas férias e quando demitidos – se não ganhar menos no final das contas.
Depois de tudo isso, um profissional CLT deve estar pensando que deve ser um inferno viver sob esse regime de contratação. Na verdade, não é. Assim como existem empresas que não estão preparadas para usar do recurso de consultores, existem aquelas em que os consultores irão se sentir em casa e executarão sua função da melhor forma possível.
Tudo dependerá das escolhas que o profissional fizer – ele pode simplesmente ignorar todo aquele papo de reserva para imprevistos ou fundos para férias e trabalhar, receber e gastar e no momento que o seu projeto for extinto, simplesmente ter de aceitar qualquer outra colocação pela simples sobrevivência, ou pode se preparar e planejar, para que tenha como se custear e buscar melhores oportunidades.
Bibliografia
O mercado de consultoria, no Brasil, teve três fases. A primeira ocorreu com a privatização das estatais, e todas as companhias resolveram ir em busca de competitividade. Na segunda veio o conceito de qualidade total, com a implantação da ISO 9000 no Brasil. A terceira compreende os últimos cinco anos, nos quais os sistemas de gestão de relacionamento com o cliente (ERP) viraram febre no mundo empresarial.
Mas o que é um Consultor Empresarial?
O consultor empresarial normalmente é um administrador de empresas, um contador, advogado ou engenheiro, com experiência de muitos anos no ensino universitário e na pesquisa ou/e com bastante prática como executivo de empresas, exercendo funções de nível superior.
Normalmente, o consultor se especializa em uma ou em poucas áreas da administração, como administração estratégica, reorganização empresarial, marketing, pessoal e outras.
De acordo com o Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização (IBCO), o trabalho de consultoria pode ser definido como "o processo interativo entre um agente de mudanças (externo e/ou interno) e seu cliente, que assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e colaboradores do respectivo cliente nas tomadas de decisão, não tendo, entretanto, o controle direto da situação que deseja ser mudada pelo mesmo".
Cada vez mais as empresas contratam o trabalho desses profissionais, o que acaba saindo mais em conta do que contratar um executivo full-time na empresa, principalmente no caso de projetos específicos, que têm prazo para começar e terminar, ou mesmo quando há necessidade de reengenharia organizacional na empresa, em virtude de um grande processo,como uma fusão ou aquisição, por exemplo.
Considerando que, para resolver todos os problemas que surgem em uma empresa, precisa-se de vários especialistas, contudo, quando não se trabalha com vários "consultores associados", o consultor contratado, quando depara com um problema que não é da sua especialidade, a ética profissional exige que informe a empresa e sugira nomes de outros consultores especialistas na área.
No entanto, não basta ser competente tecnicamente: deve-se saber transmitir e implantar o conhecimento. É importante deixar claro que o mercado valoriza primeiro a experiência profissional do executivo, depois a visão de consultor que ele tem.
Para a maioria dos autores, a consultoria empresarial é um processo interativo de um agente de mudanças externo à empresa (consultor) que assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais da empresa-cliente nas tomadas de decisão mais adequadas ao atendimento das necessidades da organização empresarial.
Muitos se fazem a mesma pergunta: afinal, quem precisa de consultores? A resposta poderá ser outra pergunta, como: quem não precisa de consultores? Existem três motivos genéricos, os quais, por sua vez, se desdobram em específicos e são utilizados isoladamente ou em conjunto para levar à contratação de uma consultoria empresarial.
O primeiro é a necessidade de maior conhecimento, cujas situações mais frequentes são: a empresa nem sabe o que precisa; a empresa não tem o conhecimento do que precisa; a empresa tem o conhecimento, mas não tem competência para usa-lo; e a empresa não tem como administrar a gestão do conhecimento.
O segundo é a falta de tempo, pois, na maioria das vezes, os executivos da empresa estão ocupando seu tempo na administração da rotina operacional da empresa, não dispondo de tempo para parar, pensar, analisar e estudar a fim de descobrir o que emperra o desenvolvimento da empresa.
O terceiro motivo é a política da empresa, que tem como norma, quando se localiza um problema administrativo, discutir internamente o problema e contratar uma consultoria para ter uma opinião externa mais isenta, pois na maioria das vezes o problema tem como origem decisões ou processos geridos pelos executivos da empresa.
Como o Consultor Trabalha?
A empresa-cliente agenda uma primeira conversa, na qual explica seu problema de gestão; o consultor faz suas anotações e, em outra reunião, faz uma proposta preliminar de trabalho. Aceita a proposta, o consultor faz estudos aprofundados sobre o problema, em particular o que há de mais novo sobre o assunto e, com a experiência que tem, executa ele mesmo ou orienta os profissionais da empresa-cliente a fim de obter resultados positivos para empresa.
É importante ressaltar que o empresário, quando contrata um consultor, quer resultados que justifiquem o dinheiro que ele vai desembolsar, o que é muito lógico. Qual é o empresário que quer gastar dinheiro sem pensar em reavê-lo com lucros?
Perfil e Competências Necessárias
Segundo grandes especialistas do IBCO, estas são as competências importantes para o profissional que quer atuar como consultor:
- Capacidade diagnóstica: que saiba ver o problema por meio de suas causas.
- Multidisciplinaridade: que saiba ver uma questão de vários ângulos diferentes, principalmente o ângulo que a empresa não percebeu ou mesmo não quer lhe contar.
- Capacidade de análise: que não repita modelos utilizados em outras empresas. E, quando for fazer um projeto para uma empresa concorrente de alguma outra com a qual você já tenha trabalhado, informe-a sobre isso e saiba separar os dois casos de forma ética e transparente.
- Habilidade para conviver com o risco e a ambiguidade constantes: como você não tem vínculo empregatício com as empresas, nunca sabe como será o dia de amanhã.
- Capacidade para lidar com imprevistos e lidar com vários projetos ao mesmo tempo.
- Não se intimidar diante de um problema aparentemente sem conserto. Muitos deles aparecerão, com certeza.
- Ter humildade para ficar na retaguarda do processo e ter maturidade para implantar soluções viáveis e criativas.
- Facilidade para trabalhar em equipe e se integrar com facilidade ao grupo. Normalmente o trabalho vai ser feito com o consultor, o gerente ou diretor responsável e alguns outros colaboradores. Ou seja, é preciso ser flexível e saber ceder, mas ao mesmo tempo ser firme para vender sua ideia.
- Ser um bom negociador, para poder definir as prioridades da equipe. Pode-se dizer até que o trabalho do consultor se assemelha um pouco com o do gerente, liderando e estimulando os outros integrantes do projeto.
- Ter visão do detalhe, mas sem perder o entendimento da ideia como um todo.
- Ter vocação para inovação, já que o consultor vai trabalhar com uma relação de trabalho totalmente nova.
- Ter maturidade e muito conhecimento, adquirido por meio de experiências profissionais em empresas de ramos e segmentos variados.
Posso Ser um Consultor?
À primeira vista parece fácil preencher o requisito de ser consultor, ou um autônomo que emite nota fiscal. Em tese, somente é necessário abrir uma empresa e tudo está resolvido.
Ao ingressar nesse formato de contratação, o profissional normalmente renuncia a todos os benefícios oferecidos pela CLT, aceita uma série de responsabilidades decorrentes da abertura da empresa, assim como seus custos (contador, impostos e despesas), e se dispõe a viver com a adrenalina em alta, uma vez que sua carreira poderá ser pautada pela troca rotineira de empresas.
Alguns ainda terão de se acostumar a trabalhar para duas empresas ao mesmo tempo. Boa parte das contratadoras está empenhada em arrebanhar profissionais para alocação em seus clientes; assim, você estará trabalhando e recebendo ordens de uma empresa, quando na verdade possui vínculo com uma outra empresa da qual também recebe ordens.
Com a renúncia de direitos como férias remuneradas, décimo terceiro salário e fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS), o profissional deve passar a olhar suas finanças ainda mais atentamente. Despesas com contador e impostos deverão ser previstas, além da necessidade de manter reservas que o sustentem entre o encerramento do projeto atual e o próximo projeto (qualquer semelhança com seguro desemprego não é mera coincidência) ou a título de custeio de férias, por exemplo. Manter e aumentar essas reservas exige do consultor a retirada de uma porcentagem do seu rendimento mensal.
Algumas empresas contratantes oferecem ao consultor alguns tipos de benefícios, como subsídio na alimentação, ajuda de custo no transporte ou desconto em plano de saúde. Alguns subsídios se mostram indispensáveis em certos casos, entretanto não se pode entender que essa é uma prática comum do mercado.
As férias talvez seja o assunto que mais atormenta o consultor e, por isso, quando ele está prestes a ser contratado para um projeto de longo prazo, ele questiona a empresa contratante como elas serão tratadas. O consultor ouvirá as mais variadas respostas: desde “oferecemos uma semana de férias”, “não oferecemos férias” e “você deve tratar com seu superior, mas os dias que você não trabalhar serão descontados” até aquelas do tipo “dependendo do seu desempenho durante o ano, converse com seu superior e tente tirar uma semana sem desconto”. Pensando friamente, você acha realmente que essa empresa está disposta a oferecer férias, quanto mais remuneradas?
Diante desses pontos, talvez seja uma ilusão pensar que um consultor ganhe mais que um profissional CLT; no máximo ele recebe a mais no mês e de forma fracionada o que os outros receberão em novembro/dezembro, nas férias e quando demitidos – se não ganhar menos no final das contas.
Depois de tudo isso, um profissional CLT deve estar pensando que deve ser um inferno viver sob esse regime de contratação. Na verdade, não é. Assim como existem empresas que não estão preparadas para usar do recurso de consultores, existem aquelas em que os consultores irão se sentir em casa e executarão sua função da melhor forma possível.
Tudo dependerá das escolhas que o profissional fizer – ele pode simplesmente ignorar todo aquele papo de reserva para imprevistos ou fundos para férias e trabalhar, receber e gastar e no momento que o seu projeto for extinto, simplesmente ter de aceitar qualquer outra colocação pela simples sobrevivência, ou pode se preparar e planejar, para que tenha como se custear e buscar melhores oportunidades.
Bibliografia
- LODI, J. B. A nova empresa para os anos 90. São Paulo: Pioneira, 1994.
- MERRON, K. Dominando consultoria. Sáo Paulo: M.Books do Brasil, 2007.
- MOCSANYI, D. C. Consultoria: o que fazer, como vender. São Paulo: Gente, 2003.
- MOCSANYI, D. C. Consultoria: o caminho das pedras. São Paulo: Central de Negócios, 2003
- PINHO, D. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologia, práticas.São Paulo: Editora Atlas, 2006
- Disponível em: <http://www.consultores.com.br/default.asp> Acesso em 04/10/2009 às 9:49h
- Disponível em http://www.ibco.org.br/default.asp> acessado em 04/10/09 às 15:19h
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